Arquivo do mês: junho 2015

Desmatamento no Cerrado e consequências

cerrado.desmatamento.www_.jornalvidaenatureza.com_.br_1Segundo o Ministério, o desmatamento no Cerrado já está em torno de 50 por cento. E essa remoção da vegetação tem várias conseqüências muito graves. Como a erosão do solo, o ressecamento. E a menor penetração de água nos lençóis subterrâneos. Há uns oito anos, técnicos do próprio ministério diziam que no subsolo do Cerrado havia um estoque de água suficiente para fornecê-la para as três grandes bacias hidrográficas brasileiras, que do Cerrado recebem 14 por cento de suas águas.

Hoje esse estoque de água está reduzido para três anos. E uma seca mais prolongada pode ter conseqüências ainda mais graves. Por isso, o desmatamento do Cerrado pode ter conseqüências graves para a própria agricultura e a pecuária. Sem falar na perda da biodiversidade do Cerrado, que significa um terço da biodiversidade brasileira, 5 por cento da planetária.

Questões como essa tornam muito importante também a decisão dos nove governadores dos Estados da Amazônia brasileira, que querem chegar à Conferência Rio + 20 com um compromisso de desmatamento zero em seus territórios . Também ali o desmatamento, além de desnecessário, é grave. E o projeto de assegurar financiamentos para recuperar áreas degradadas é muito importante.

Biodiversidade, clima, recursos hídricos, serão os temas mais importantes deste século. É preciso avançar em nossas posições.

Fonte: Washington Novaes, jornalista, é supervisor geral do Repórter Eco TV Cultura.

A importância da Educação Ambiental

A Educação Ambiental consiste numa forma abrangente de educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo participativo e permanente que procura incutir uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se, portanto, como crítica a capacidade de captar a gênese e a evolução de problemas ambientais.
Conforme Trevisol (2003), ao propor a Educação Ambiental, acreditamos que ela seja capaz de levar os indivíduos a reverem suas concepções e seus hábitos, esperamos formar as pessoas para uma relação mais harmoniosa e sustentável com o meio onde estão inseridas.
É necessária uma Educação Ambiental com ênfase interdisciplinar, capaz de ocorrer dentro das escolas, empresas, universidades, repartições públicas, etc. O objetivo é proporcionar uma melhor leitura da realidade e promover outra postura do cidadão frente aos problemas ambientais.
Essa reflexão precisa ser aprofundada na medida em que a saúde e a qualidade de vida da atual geração, e das futuras, dependem de um desenvolvimento sustentável (SOARES et al, 2001). Não podemos esquecer que a Educação Ambiental é um processo longo, pois é necessária a conscientização e mudança de comportamento, e essa mudança precisa acontecer através da nossa própria consciência, com cada um fazendo a sua parte de cuidar e respeitar o ambiente que vivemos.
Legislação
No Brasil, existe uma lei específica que trata da Educação Ambiental, a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999, dispõe sobre a Educação Ambiental, instituindo a política nacional de Educação Ambiental.

Educação Ambiental/Escola em Indiara/GO (Projeto Votorantim Cimentos/Unidade Edealina-GO).

Educação Ambiental/Escola em Indiara/GO (Projeto Votorantim Cimentos/Unidade Edealina-GO).

Rúbia Carla M. Rodrigues (Historiadora /SUPREMO Ambiental)
Referências
SOARES et al. Saúde e qualidade de vida do ser humano no contexto da interdisciplinaridade da Educação Ambiental. Nº 38, 2011. Disponível em http:www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1143
TREVISOL, Joviles Vitório. A educação em uma sociedade de risco: tarefas e desafios na construção da sustentabilidade. Joaçaba: UNOESC, 2003.

Dia Mundial de Combate à desertificação: não deixes o futuro secar!

Em17 de Junho 1994, a Assembléia Geral das Nações Unidas declarou junho 17 o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca para promover a conscientização do público sobre a questão, e a implementação da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) nos países afetados por seca grave e ou desertificação, particularmente na África.

A mensagem do Secretário-Geral deste ano para o Dia Mundial de Combate à Desertificação vem com um apelo mobilizador: “Não deixes o nosso futuro secar”, e destaca os riscos globais da seca e da escassez de água.

Ban Ki-Moon afirma que “os custos sociais, políticos e económicos da seca são evidentes do Uzbequistão ao Brasil, do Sahel à Austrália. Em maio, a Namíbia declarou o estado de emergência nacional devido à seca, com 14 por cento da população classificada em situação de insegurança alimentar. Em 2012, os Estados Unidos enfrentaram a sua pior seca desde os anos cinquenta, afetando 80 por cento das terras de pousio. Em 2011 a seca no Corno de África, a pior desde o início da década de 90, afetou cerca de 13 milhões de pessoas”.

O combate e a prevenção à seca e à desertificação pode ser feito através do uso sustentável de recursos naturais, a conservação do meio ambiente e da prática agrícola adaptada às condições ecológicas locais. Após a instalação do fenómeno, há que efetuar um processo de recuperação do solo degradado. Mas além disso, nas zonas propensas à desertificação deve-se ensinar técnicas agrícolas adequadas, seguras e sustentáveis no intuito de se prevenir a instalação do fenómeno.

O FIDA recomenda uma utilização mais eficaz da água, uma melhoria dos sistemas de colheita e uma melhor gestão das florestas.

O fenómeno que corresponde à transformação de terras com potencial produtivo em uma área infértil ou num deserto é chamado desertificação. A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, o conceitua como “a degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas”.

A desertificação causa grande perda para a economia, biodiverdidade e leva a problemas sócio-económicos, devido à migração da população da área desertificada para outras áreas. “E, até mesmo conflitos locais sobre os recursos hídricos e o solo produtivo”, alerta o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon.

E não é só, a Organização Mundial de Saúde (OMS) adverte que as doenças de origem hídrica e alimentar bem como a malnutrição podem se propagar, em consequência da falta de higiene, de água salubre e de alimentos. A poeira atmosférica devido à erosão dos solos pode também provocar um aumento das doenças respiratórias, enquanto a migração de populações pode causar uma propagação das doenças infecciosas.

 

Semana do Meio Ambiente (O novo Código Florestal)

Haverá o que comemorar no Brasil nesta Semana do Meio Ambiente – em que graves retrocessos foram incorporados ao projeto de Código Florestal, ao mesmo tempo em que não conseguimos avançar em áreas fundamentais como as do saneamento básico, do lixo, das emissões de poluentes que atormentam os moradores das grandes cidades, entre várias outras?

A notícia mais animadora vem de uma pesquisa feita pelo Ibope, na qual 94 por cento das pessoas ouvidas disseram estar preocupadas com as chamadas questões ambientais. E a informação mais preocupante está nos vetos presidenciais ao projeto de Código Florestal. Eles anistiaram grande parte dos proprietários de terras que desmataram e deram mais prazo para que recomponham apenas parte do que foi desmatado. Permitiram a perigosa ocupação de encostas e topos de morros, reduziram as áreas de preservação permanente à beira dos rios e também permitiram a ocupação de mangues.

E tudo isso contrariando as preocupações de mais de 90 por cento das pessoas. Na pesquisa, o desmatamento é considerado o problema mais grave por mais de metade das pessoas ouvidas. Em seguida, a poluição das águas. Essa maioria dos que opinaram separa o lixo para a reciclagem. E está disposta a pagar mais caro por produtos ambientalmente corretos.

São resultados que precisam ser vistos com muita atenção pelos governantes. Eles mostram que não falta e não faltará apoio para políticas adequadas nessas áreas e para a geração de recursos. Não pode mais servir de desculpa a alegação de que o tema não é prioritário para a sociedade e que ela não está disposta a pagar pelas soluções. E tudo isso certamente influenciará as próximas eleições.

Washington Novaes, jornalista, é supervisor geral do Repórter Eco. Foi consultor do primeiro relatório nacional sobre biodiversidade. Participou das discussões para a Agenda 21 brasileira. Dirigiu vários documentários, entre eles a série famosa “Xingu” e, mais recentemente, “Primeiro Mundo é Aqui”, que destaca a importância dos corredores ecológicos no Brasil.